E eu ia chegando cada vez mais perto, apesar da dificuldade. Quando somente um banco nos afastava, o ônibus freou e fui jogada com muita força, batendo a cabeça. Tudo apagou. Acordei em frente à minha casa, mais dolorida ainda. Era bem tarde, fiquei pensando na preocupação dos meus pais, mas isso eu conversaria com eles depois. Abri a porta e a casa parecia deserta. Quando estava subindo as escadas, escutei um choro vindo de meu quarto. Fui me aproximando e cheguei na porta. Fiquei dividida entre abrir a porta devagar ou chutá-la de vez. Chutei. E vi minha mãe ajoelhada em minha cama chorando. E na minha cama estava eu, com meus olhos vidrados no teto e a boca aberta, um ser totalmente inanimado. Eu já estava debilitada, e ainda me acontece isso, quase desmaiei de novo. Mas tentei ir até minha mãe. O desespero e a dor tomavam conta de mim. Encostei em minha mãe, que na verdade era o homem desconhecido do ônibus. As coisas aconteciam e eu não entendia nada, corri. Ele veio atrás, mas parecia ter alguma debilitação, já que ia mancando. Quando cheguei na escada, ele estava na porta de meu quarto. Para constatar isso, tive que me virar. Mas continuei correndo. O que me concedeu uma formidável queda pela escada, e me fez desmaiar novamente, o que, de fato, me fez ficar realmente puta com isso, já que é muito exagero desmaiar duas vezes no mesmo dia.
Acordei de súbito. Olhei ao meu redor e constatei que estava no ônibus e quase chegando em casa. Deve ter sido só um sonho, mas qual parte? Desci e entrei em casa. E a única coisa que eu queria fazer era entrar naquele ônibus novamente amanhã para ver se conseguia entender alguma parte dessa história. Não teria ficado tão interessada assim se minha cabeça e meu corpo inteiro não doessem.
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