sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Bus Named Fear [1]

Eu realmente odeio andar de ônibus, principalmente por eu ter que fazer isso todo dia. E sozinha ainda. Isso que dá morar onde ninguém mora (e nem ao menos conhece onde fica). Mas ao menos o ônibus vai bem vazio, quase nunca tem alguém. Com isso, aproveito para ler algo e ouvir minha música. E, claro, observar as pessoas. Eu acho as pessoas fascinantes. Você já tentou pensar sobre a vida de cada pessoa que você vê passar na rua? E como essas vidas em algum ponto se interligam? E além do mais, cada pessoa é uma pessoa. Pessoas podem ser entediantes, mas acho que também sempre são interessantes. Irônico ou não, é o que eu, Manuelle, acho. E eu nem sou a pessoa mais coerente do mundo, também não me esforço em ser. Pois então, eu gosto de olhar as pessoas e examiná-las. Não julgá-las. Só tentar descobrir algo de sua personalidade. Mas enfim, eu dei muitas voltas e ainda não falei o que vim falar.
Foi só mais uma volta para casa. E mais outra e mais outra. Todos os dias ele estava lá. Mas eu não via seu rosto, apesar de ter tentado. Ele sempre encontrava algum jeito para não revelar seu rosto. E as roupas eram sempre longas, não importando se o clima estava quente. Do modo que tudo isso despertou em mim uma curiosidade imensa.
Eu tinha vontade de ir conversar com o tal ser. O que eu sabia dele? Que descia depois de mim e que sua pele parecia estranhamente pálida. Algo sem vida. Sem falar no cheiro de podre que ele exalava, algo que fui perceber ao tentar me aproximar. Estava nervosa, mas a curiosidade me consumia de um modo inimaginável. Eu cada vez mais perto, e o ônibus andando.

Nenhum comentário: