domingo, 13 de dezembro de 2009

let me go

Certas coisas acontecem em nossa vida e as decisões a serem tomadas sobre o que devemos fazer quanto à elas sempre são incertas. Até porque as razões de tais coisas aconteceram em nossa vida são incertas. Desconhecidas por nós. E aonde nossas decisões nos levarão? O que é mais adequado a se fazer? Seguir uma moral ditada e esquecer o que se sente por dentro ou se expor de fato?

Se alguém, uma pessoa com que você tivesse um relacionamento relativamente bom, quisesse que você não falasse mais com ela, o que você faria? Obviamente, é necessário analisar o que levou essa pessoa a fazer isso. E, bem, talvez você seja o problema. Mas na verdade o "problema" é a personalidade de cada pessoa que, quando juntas, causa algum atrito. E às vezes o atrito, pressuposto como somente uma faísca, se torna uma bomba atômica e explode tudo. Então, depois do estrago, o que deve a fazer é a reconstrução de tudo, certo? Talvez. EUA lançam bombas sobre o Japão, mas mesmo assim depois eles ficaram amiguinhos e, bem, se não fosse pelos EUA, o Japão seria nada. Mas existem situações e situações. Retomando a pergunta, o que se deveria fazer? Tentar recuperar o que foi perdido ou deixar o tempo guiar direções (se é isso que ele vai fazer)? Às vezes você quebra as regras para fazer o que acha certo, mesmo que talvez dê errado de novo e de novo. Mas a consciência é o pior castigo que as pessoas podem receber, e ela é somente um carrasco imparcial, que vai lhe executar com o julgamento que você fez para si mesmo. E então, o que está na sua cabeça, passa para a sua vida. Portanto, não importa o quanto você queira se manter fechado ou se exponha, isso sempre vai trazer conseqüências boas e ruins. E sou contra o dito "pelo menos não vou me arrepender de não ter feito isso", já que algumas vezes o melhor é mesmo não fazer. Mas também tem vezes que nós devemos fazer algo, e se fechar não vai ajudar. Enfim, deixar as pessoas seguirem suas vidas longe de você é o certo ou deve-se com o que for possível resgatar relacionamentos pra tentar ter uma vida melhor? Uma vida, a qual no final dela você vai dizer que se sentiu orgulhoso, principalmente dos seus erros. Já que sem eles, não teria acertado tanto.

domingo, 13 de setembro de 2009

through the looking glass

Tem gente que tem medo de espelhos. Eles podem estar associados à várias coisas, como contos de terror e tal, mas eu acho que na verdade, as pessoas temem espelhos por eles mostrarem a realidade. A percepção do que ele reflete varia para cada um, mas a imagem mostrada é sempre a mesma. Tem gente que imagina um mundo atrás do espelho, mas esse mundo é o que a gente vive. Então não adianta sonhar com coisas que possam existir enquanto a realidade não for vivida. Mas espelhos também podem trazer luz aos lugares mais escuros. Talvez algumas pessoas vivam dentro de espelhos, imitando o que as pessoas do lado de fora fazem. Imitando outra realidade. E aí que estão os desejos. O desejo de que o espelho mostre outra coisa. Mas não é ele quem altera a sua realidade. Isso quem faz é você. É engraçado ver como um pedaço de vidro pode representar tanto na vida das pessoas. Às vezes deveria ser mais importante um raio-x de personalidade do que uma imagem do exterior. Mas essa cobertura que a gente carrega também é importante. E sem falar que sentimentos se refletem na nossa aparência. É tudo subliminar e inconsciente, mas estas coisas estão aí. E o espelho nos mostra elas. Só é preciso querer perceber e utilizar ao seu proveito ou dos outros. Ou não usar de jeito nenhum, já que isso pode ser considerado trapaça. Mas não dizem que a vida é um jogo?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Bus Named Fear - Final.

Ele era idiota por acaso? Todos lá iriam morrer. Se bem que na verdade, a única pessoa prestes a morrer era eu. O choro e o desespero pareciam sugar minhas forças, e eu ia me esvaindo da vida e minha cabeça se enchia de pensamentos. Quando bateríamos em algo? Ou ele iria me matar ali mesmo? Se não morresse, o que seria de mim? Era tudo tão confuso... Aquilo tudo não poderia estar acontecendo comigo. Minha família, eles sentiriam falta de mim? Será que a menina estranha e deslocada dos outros familiares seria esquecida logo? Tantas perguntas. Nenhuma resposta. O motorista de repente me soltou e eu caí no chão. Abracei meus joelhos e senti uma imensa carência. Foi então quando o corpo do meu cadáver misterioso me abraçou. Os bichos dentro dele caiam sobre mim como minhas lágrimas. Era tudo tão torrencial, mas eu não me importava... Não me importava com o sangue no chão, um cara morto que já estava quase totalmente decomposto nem o outro cara morto que eu esperava que estivesse dirigindo aquele maldito ônibus. Parecia que eu pertencia àquele mundo. Tudo parecia tão normal e familiar... Só faltava que eu me incorporasse de vez. Voltei ao meu assento de sempre, o mais afastado e escondido. Meu amigo estava comigo. E logo estaríamos mais próximos ainda, e isso me alegrava muito. Fechei os olhos para me recompor e quando os abri, nada mais do meu mundo estava ali. Era tudo tão normal que eu me espantei. Acho que era para que eu tivesse uma última visão desse mundo medíocre. Corri e cheguei até a catraca, passei por ela e o motorista olhou com estranheza para mim. Acionei o mecanismo que abre a porta e ouvi o grito vindo do motorista para que eu parasse. Mas eu queria ir em frente e partir. Eu sei que eu pulei e a última coisa que vi foi o rosto de um garoto com uma beleza que eu não poderia descrever. Talvez fosse um anjo, mas eu queria o inferno.

***

- E a paciente do quarto 306?

- A que tem delírios?

- Sim, ela.

- Dormindo agora. Espero que não tenha pesadelos.

- Sabe, e se ela se tivesse conseguido morrer? Eu acredito que a ira dos céus para quem se suicida é muito grande. Pobre menina... Tão bonita, mas também obscura. Mas quem sabe se agora ela não vira uma pessoa feliz?

- Quem sabe, quem sabe... Mas acho difícil. Pessoas que sofrem disso não têm uma vida muito feliz convivendo com essas alucinações. Alguns preferem morrer ao agüentar as visões macabras.

- Mas eu ainda tenho esperança de que essa menina vai superar isso. Ela tem muito para viver.

***

O enterro de Manuelle tinha uma aura de indiferença e hipocrisia. Os únicos que pareciam realmente tristes eram seus pais. Mas isso logo passaria. Era bom não ter uma louca na família. Agora sim seriam uma família de verdade, sem a interrupção de uma menina que era um peso morto. E felizmente seu caixão estava lacrado. Se ninguém tinha vontade de ir ao enterro daquela ridícula, imagine tivessem visto um rosto totalmente desfigurado por cortes do espelho no qual ela bateu sua cabeça várias vezes antes de se afogar na banheira. Mas ainda sim era possível ver um sorriso naquela massa que outrora fora um rosto que continha uma curiosidade insaciável.

Via-se na porta um garoto de roupas pretas, que parecia querer esconder sua beleza e também um sorriso.


Dedico o conto à minha vizinha (que mora longe) funny face e fiel leitora, que foi minha motivação para que eu o terminasse :3

terça-feira, 7 de julho de 2009

So don't tell me if you got another girl. Baby, just tell me if you got another love.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pra deixar guardado :3



dresdenism



What could I be? I could be a lie, and you'll never know. I could be anything you want, and you'll be anything I want. I could be Jack, or just half of it. Sex changes, and it'll change you. I could be a coin-operated-boy, so you'll never be alone. But is just a plastic fantasy. Actually, I don't care much. But what if your love changed into hate? Would my love have been a mistake? So, I'll become an anachronism. I know you have better things than to be wasting, so you don't wanna hear about my good day. I'm on fire, and you can tell by the scars in my arms, cracks on my hips, dents in my arms and the blisters on my lips. Is just the temperature? Well, I know that I'd rather be a bitch than be an ordinary broken heart, with a crown above my head. And I'm putting my efforts on it so, please, you know that the attention just desencourage me. I do not necessary believe that you're so kind, but thank you for your pity. But despite everything, I wanna give myself a beating. I wanna give you a betaing. I wanna give mankind a beating. It's cold in Alaska and there is where are your imaginary friends. Is their heart cold too? Is your heart cold too? At least, things are looking even better above your cold shoulder. You might say: "I want you, but I don't need you". That's right, but I can tell you the same thing. Will your heart be still cold or with this he'll get a free pass to Alaska? You could decay or reverberate, but you still are a backstabber. Let's start a new heart, nothing is certain at this time of day.


I'm here to stay forever, but not today.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Next Door Love

Hm, conto YAOI escrito com a lu por causa de um RPG qqqq
tem coisa pervertida, então não leia u_____u
Sexo só no final mesmo e olhe lá,
é o primeiro que eu escrevo, prometo que os próximos serão mais pesados e tal :3


Se não sabe o que é yaoi, pesquise. Senão você pode se arrepender e




Next Door Love

Era sábado pela manhã, e Claude não conseguira dormir boa parte da noite. Claro, estivera pensando em Lucy por todo o tempo, e temia fechar os olhos para que seus pensamentos fossem seguidos por sonos turbulentos. Haviam terminado há duas semanas, mas ainda assim pensava na garota como se fosse seu único amor.

Bem, não podia deixar de viver, embora não soubesse bem qual era a energia que o guiava para ter vontade de se mover.

Tocou a campainha da casa de Fernand, a princípio apenas para pedir a margarina, que havia esquecido de comprar, desligadoo como andava.

"Olá?" Disse Fernand, espantado pois sempre tivera seus desejos secretos em relação a Claude.

- Oi. - respondeu, do modo menos formal que conhecia. Não sentia necessidade de se reservar na presença de alguém que conhecia há pelo menos cinco anos, embora não fossem melhores amigos, e devia ter sua idade. Fernand também devia saber sobre seu estado emocional, pois apesar de não ter contado nada ao vizinho, todos daquela vizinhança fofoqueira já sabiam sobre seu estado sem vida. O motivo já era outra história.

- Me empresta a margarina, Fernand? - perguntou, casualmente, entrando na casa e convidando-se a sentar no sofá, empurrando o rapaz delicadamente para o lado ao fazê-lo.

- Ahn, claro. Só não tenho certeza de ainda ter...

- Não tem problema, eu espero. – recostou-se à poltrona de modo folgado, jogando os braços atrás da cabeça, e esperou pacientemente.

Fernand foi até a geladeira, pensando o que poderia fazer para passar o máximo de tempo possível com Claude.

Quando a abriu, encontrou até dois potes de margarina, mas ficou em dúvida se contava ou não para Claude.

Claude esperava, mas como Fernand não chegava, decidiu procurar por ele, esquecendo-se de que estava na casa do rapaz e esgueirando-se por entre os cômodos. Viu-o na cozinha, parado com um olhar vazio em frente à geladeira. Por um segundo ficou chocado, porque aquela expressão vazia lembrava a sua própria, mas em seguida balançou a cabeça e andou, sem fazer barulho, até ele.

- O que está fazendo? - perguntou, no ouvido do mais baixo, o braço apoiado no batente da porta de madeira.

O susto fez Fernand dar um pulo. Não esperava ter o homem desejado tão perto e que chegou de maneira deveras furtiva. Tentava falar algo, mas de sua boca só saíam palavras incompletas e sem sentido.

Quando se acalmou, um bom tempo depois, disse que somente havia ido buscar a margarina. "Não era isso que o senhor queria?", perguntou.

Teve de conter um sorriso malicioso com a reação de Fernand. Quase esquecera-se de porque gostava tanto da companhia do vizinho, tão tímido toda vez que se viam embora Claude não visse motivo aparente para aquela seqüência de reações. Pensara em responder algo mais perverso, mas a idéia escapou-lhe a mente.

- Sim, era o que queria. - respondeu, simplesmente, bagunçando os cabelos do mais baixo à sua frente, e não se movendo a posição em que estava mesmo sabendo que o encurralava.

- Pois então aqui está.

A presença de Claude era boa e intimidadora demais. Fernand não conseguiria suportar aquela situação por muito mais tempo.

Levantou o rosto do rapaz à sua frente pelo queixo, apenas divertindo-se e brincando com ele. Indagava se Fernand sentia alguma coisa por ele ou estava simplesmente ludibriado com sua aparência tentadora. Ele próprio não sentia nada mais que uma vontade de provocá-lo, apesar de ter plena consciência de que passava dos limites às vezes.

Aproximou-se dele, seus rostos próximos demais.

- Está certo.

Soltou-o e voltou-se para a sala, preparando-se para ir embora, como não via nenhum meio de brincar com ele naquele momento.

Fernand estava em choque. Algo próximo do ódio o dominava. Como aquele ser tão desprezível e prepotente fazia-o ficar daquele jeito? Precisava fazê-lo ficar.

Engolindo o orgulho, foi atrás de Claude e perguntou se ele queria mais alguma coisa. Se desprezava por se rebaixar tanto, mas não tinha como deter aquele fogo.

Fitou o rosto de Fernand por longos minutos, em silêncio e sabendo que isso provavelmente o enlouqueceria. Depois, deu de ombros e soltou um profundo suspiro, desviando o olhar dele e encostando-se à parede, cruzando os braços, fazendo até certa pose.

- Já que insiste... Podemos tomar um chá, não é mesmo? - pediu, olhando-o de soslaio, sem querer sendo mais sedutor do que deveria.

A raiva dentro de Fernand só crescia. Fazer o quê? Pediu para que Claude se sentasse enquanto ia preparar o chá. Mas Claude disse que ia com ele. O nervosismo tomou conta e fez com que Fernand derramasse água durante o preparo.

Sob aquelas circunstâncias, tornou-se uma pessoa mais...decente, se é que conhecia aquela palavra. Não era como se não gostasse de Fernand, simplesmente gostava de testar suas reações. Mas vendo-o derramar a água por causa de sua presença, mudou a atitude.

Puxou-o pelo braço, apesar de saber que isso os deixava há poucos centímetros de distância, e examinou suas mãos.

- Você se queimou?

Sem levantar os olhos para Claude e olhando fixamente suas mãos, Fernand disse que não. Somente havia se molhado.

Claude disse que o secaria.

Arrastou Fernand pelo braço até o banheiro e o fez sentar-se sob a pia, involuntariamente ficando entre suas pernas, e secando-o com a toalha de rosto, embora ainda examinasse suas mãos.

- Devia tomar mais cuidado. - provocou, sabendo, em parte, que era sua culpa. Percebeu que a camiseta dele estava molhada e mandou que tirasse, sem pensar.

- Mas... É só água.

Fernand estava completamente sem jeito. Tremia. Não conseguiu tirar a camiseta.

- Não importa, vai deixá-lo resfriado se não tirar. - relutou, dessa vez com seriedade. - Vamos, não tem problema. Somos homens, afinal. Além disso, você está tremendo de frio. - falava com sinceridade, e não fazia idéia de que o nervosismo de Fernand era por causa dele daquela vez.

- Você diz como se eu tivesse caído em uma piscina.

- Tudo bem. - concordou, desistindo. - Apenas vista-se com algo mais quente. - completou, tirando o próprio casaco e jogando-o sob Fernand. Ficara, porém, apenas de camiseta regata.

Lembrou do chá, e sugeriu que o preparasse. Estava esfriando, e aquilo os aqueceria.

Apesar de ter colocado o casaco, Fernand ainda tremia. Percebendo isso, tentou controlar-se.

Foi continuar o preparo do chá. Perguntou a Claude:

- Você quer chá do que?

- O chá que você fizer vai estar bom para mim. - Respondeu Claude com um sorriso sincero. Isso desarmou Fernand.

- Então farei chá de tesã... MAÇÃ. É, foi isso que eu quis dizer.

Por sorte, Claude não percebeu o que Fernand ia falar.

Estava realmente com vontade de atacá-lo, àquela altura. Estivera com vontade desde o começo, embora somente a percebesse naquele momento. Não estava com humor para um relacionamento sério, logo depois de ter saído catastroficamente de um, mas queria alguém que pudesse dar-lhe carinho, e ele parecia a melhor opção. Entretanto, não sabia como seria recebido. Decidiu testar.

Empurrou-o contra a parede e o segurou nela, estendendo os braços para que ele não pudesse sair de lá. Não deu explicações, porém.

Espantado, Fernand tentou perguntar o que Claude estava fazendo, mas não conseguiu. O pânico e a tentação tomaram conta dele naquele momento, de modo que não se mexeu, só olhava fixamente para Claude, atônito.

E os dois continuaram naquela situação por um bom tempo. Nenhum dos dois sabia se avançava ou recuava.

Aproximou seus lábios dos de Fernand, mas não chegou a encostar. Olhava-o fixamente, procurando qualquer hesitação ou sinal positivo no olhar dele. Não afrouxara os braços nem um segundo da parede, pois temia que o mais baixo corresse assim que se visse livre.

- O que vai fazer se eu te beijar? - perguntou, tentando usar um tom provocante embora estivesse sem segurança de avançar.

- Você só quer brincar comigo. - Fernand estava à beira das lágrimas.

A frase de Fernand e o sentimento expresso nela deixaram Claude estarrecido. Sim, ele só queria brincar, mas não naquele sentido... Não queria magoar Fernand. Decidiu abraçá-lo.

Sentia-o em seus braços, frágil como jamais sentira. Seu nervosismo era tão grande que o deixava quase angustiado. Mas seus sentimentos não concordavam entre si. Não queria magoá-lo, de fato, a última coisa que queria era vê-lo chorar por causa de uma noite. Mas não estava sendo fácil de se controlar, e sabia que se não deixasse a casa de Fernand naquele segundo, perderia sua repressão interior.

Porém, não queria sair de lá. Não conseguia. Não queria soltá-lo ou voltar para sua casa, sozinho, para pensar novamente em fatos desagradáveis.

Decidiu amá-lo, não somente dormir com ele, mas realmente expressar seu sentimento que antes não havia percebido. Naquele instante, a paixão tomou conta dele e começou a levar Fernand para o quarto.

Beijava-o em um ritmo acelerado, afoito, e mal agüentava esperar chegar até o quarto para despi-lo, tirando o casaco que outrora o fizera vestir e desabotoando sua camisa, sua boca se ocupando com cada novo pedaço de pele que descobria.

Sua mão desceu pela barriga do mais baixo, e ameaçou entrar em sua calça, roçando a borda de modo malicioso.

Claro, ainda era um tanto safado por mais carinhoso que tentasse ser.

Isso não podia estar acontecendo, era o sonho realizado de Fernand. Só o que as coisas estavam fugindo de seu controle.

- Pare, por favor... - suplicou Fernand, mas Claude já tinha tirado suas calças e dirigia-se ao órgão.

Fernand se encolheu. Mas Claude estava tomado pelo momento, era mais forte que o pequeno. Conseguiu pegar os braços de Fernand e amarrou-o na cama.

Inclinava-se sob ele na cama e segurava, apenas com uma mão, seus dois pulsos amarrados.

- Por que eu deveria parar? - perguntou, desejando-o e impossibilitado de controlar-se.

Retirou o que restava de sua camisa e lambeu seu mamilo esquerdo até enrijecê-lo, tentando excitá-lo e fazer com que ele cedesse.

Sua outra mão estava livre para correr o corpo nu do rapaz, e estimulava-o, tocando seu membro.

Vendo que não tinha como escapar, decidiu tentar aproveitar a situação. Era o que ele queria, não era? Relaxou e lançou um olhar sedutor a Claude, que o olhava fixamente.

-Finalmente gostando, não? - Perguntou Claude, malicioso.

Observava Fernand, e como não respondia, mas sua expressão demonstrava prazer, saciou-se com ela e continuou a excitá-lo, descendo a língua por seu corpo retesado e querendo despertar seu desejo inteiramente par enfim poder penetrá-lo.

Para melhor aproveitarem o momento, Claude desamarrou Fernand.

Não sabia, porém, se seria retribuído ao desamarrá-lo, por isso continuou segurando-o por mais alguns segundos até que o soltou. Voltou-se para seu rosto e o beijou novamente, com paixão, dessa vez.

Retirou do bolso o pequeno frasco, sem deixar de envolver o corpo de Fernand, e espalhou seu conteúdo no rapaz, adentrando-o com um dedo e vendo-o gemer, sentindo prazer em deixá-lo excitado, e reprimindo seus próprios sons. Seu quadril se movia instintivamente, e sabia que só precisava de mais alguns segundos. Penetrou-o, seu grito de resposta como um estimulante automático, e, com um sorriso de nada mais do que desejo no rosto, sentiu-se arder por dentro.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Só pra constar, Michael Jackson foi morto pelo Death Note.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

¬¬

Oi, me sinto ridículo pelo post abaixo.

Até mesmo pelo post ESTAR ridículo, mas foda-se.

autumn heart -

Ninguém vai entender, e quem eu gostaria que lesse, se ler, talvez não perceba. Mas pelo menos me alivia.


É engraçado perceber como alguma coisa faz falta. Mesmo depois de você tê-la desprezado. Eu não sou do tipo que se lamenta pelo que fez. Dificilmente me arrependo de ter feito ou dito algo, e nem tenho vontade de mudar o que foi dito. Não acho, normalmente, errado o meu modo de pensar. Se fiz, foi por pensar daquele jeito no momento. Mas o problema para mim é o desenrolar da situação. É o que me afeta, é o que me dá inúmeras vontades. Lástimas do que não pode ser mudado pelo orgulho ferido. Mas às vezes é preciso que o orgulho seja deixado de lado para viver de verdade. Não tem graça encerrar sentimentos na própria mente e não dividi-los, ainda mais com a pessoa para qual se direcionam esses pensamentos. Mesmo toda a frustração que isso possa trazer, não diria que é algo ruim.

Mas bem, o que eu queria expor nisso tudo é que eu não gosto de como eu me sinto agora, mesmo que não me ache errado. Eu odeio pensar em você e perceber que talvez nós nunca mais trocaremos uma palavra. Mas, quem sabe, um dia. E eu espero que seja o mais breve possível. É detestável perceber que as coisas não foram como eu imaginei, mas eu posso aguentar a situação, sei o que fiz. Mas eu penso seria muito melhor, de verdade, do fundo desse coração meio frio, que nós nos falássemos. Não me importa se seria a última vez, só não quero pendências e pontos de vista que não foram analisados.



terça-feira, 2 de junho de 2009

The Penultimate Peril

"Depois que alguém nos desapontou, (...) muitas vezes fica difícil continuar com as relações , mesmo que o desapontador tenha feito coisas nobres nesse meio-tempo. Alguns dizem que devemos perdoar a todos,até mesmo pessoas que nos desapontaram incomensuravelmente. Outros dizem que que não devemos perdoar ninguém, e devemos nos retirar ofendidos, batendo os pés, não importa quantas vezes peçam desculpas. Dessas duas filosofias, a segunda, é claro, é muito mais divertida, mas retirar-se ofendido batendo os pés toda vez que alguém nos desaponta pode acabar se tornando exaustivo, pois todo mundo desaponta todo mundo ocasionalmente, e não é possível retirar-se ofendido batendo os pés em todos os minutos do dia. Quando os Baudelaire pensaram no mal que cada J.S. tinha lhe feito, foi como se eles tivessem se machucado um bom tempo atrás, um machucado que já tinha quase desaparecido mas que ainda doía quando se tocava nele, e quando tocaram no machucado tiveram vontade de retirar-se batendo os pés. Naquela noite, porém (...), os irmãos não queriam retirar-se ofendidos (...). Eles queriam perdoar aqueles dois adultos, e abraçá-los a despeito da sua decepção."

L.S. pages 175/176

domingo, 31 de maio de 2009

A Bus Named Fear [3]

Ok, e lá estava eu de novo no ônibus. Preferi sentar no fundo e não tinha idéia do que faria. Como sempre, ele estava lá, na frente. Eu ainda estava dolorida, mas meu tormento era o turbilhão de coisas que passava pela minha cabeça. Fiquei olhando para o vazio que estava fora da janela, então, virei meu olhar para o chão e percebi que nele havia sangue. Sangue fresco. Ele vinha do motorista e chegava até a mim. O motorista não se mexia, mas mesmo assim o ônibus ia rápido. Meu amigo (ou inimigo) desconhecido não parecia alarmado. Mas eu entrei em pânico e tentei correr para o volante. Assim, escorreguei no sangue e preferi ir me arrastando. Não faltava muito, mas foi então que eu me dei conta que para chegar ao volante eu teria que passar pelo companheiro de viagem. Bem, ou eu passava, ou morria sem tentar. continuei me arrastando e cheguei ao lado do estranho ser, mas não olhei. Só que eu podia sentir seus olhos em mim. Cheguei até onde ficava o motorista. Ele era muito pesado, mas consegui tirá-lo de seu assento e frear.

Quando o ônibus parou, várias pessoas entraram. Só que elas não pareciam ter reparado no rio de sangue nem no corpo que jazia ao meu lado. Mesmo que o seus sapatos formassem pegadas vermelhas, não fazia diferença. Alguém gritou se o ônibus ia ou não partir. Olhei pelo espelho para ver a multidão e tomei um susto ao perceber que não tinha mais ninguém ali, a não ser meu bom e velho ser sem rosto. Ele estava de cabeça baixa e o chapéu não deixava que eu visse detalhe algum. Resolvi ir lá falar com ele. Eu tinha toda a coragem do mundo, visto o que eu tinha acabado de passar. Ir conversar com alguém, mesmo que esse alguém fosse um pesadelo para mim, era muito simples. Cheguei até ele, com passos firmes, e disse olá. Ele não respondeu. Perguntei se sabia o motivo daquelas coisas estarem acontecendo. Nada. Foi aí que percebi que seu peito não se enchia nem esvaziava. Ele estava morto? Inadmissível pensar uma coisa dessas. Levantei seu chapéu e vi seu rosto que era comido por vermes. Não havia mais feição alguma ali. Com o susto que tomei, acabei empurrando-o por reflexo. Ele caiu para o lado e sua cabeça se soltou do corpo. De lá saiu uma infinidade de insetos e vermes. Vomitei em cima do corpo que caiu em uma posição estranha. Foi aí que algo me agarrou por trás, era o motorista. O sangue que saía dele me banhava. Era quente, mas eu o repugnava. Não conseguia me soltar.

E o ônibus tinha voltado a andar.

sábado, 30 de maio de 2009

It happens every day.

Agora as coisas estão legais de verdade :3333333 AIHODIDHIOASOHIDIHOADIHOSHIAODHI
Então, conto novo vindo, mas como tá manuscrito e eu tenho preguiça de passar para o pc, deve demorar um pouco, mas vai valer a pena porque está realmente fodão (oi eu me elogiando?).


Not the first, not last. I'm going down clean.

domingo, 24 de maio de 2009

Scenes.

Sabe, acho que eu quero é só alguém para abraçar, encostar no ombro e não dizer nada. Tudo que fosse preciso estaria sendo dito por pensamento. Ou pelo sentimento que envolve a cena. Não precisaria de mais nada, poderia ficar desse jeito pra sempre. Na escada, até na grama. O cenário acaba nem sendo importante, o que importa são os atores. Mas eles não estão atuando e não há câmeras. Alguns figurantes podem até passar, mas eles não interferem em nada. E às vezes vem a chuva, que faz com que os seres de alma compartilhada se juntem ainda mais, ou corram para se abrigar, mas nunca se separam. E aí vem o beijo, bem lento, mas com vontade, uma vontade enorme. É um beijo de despedida até o próximo, já que a saudades se torna insuportável. Então chega o clímax, que pode ser bom ou péssimo. O importante é que no final as coisas se resolvam e que ambos estejam bem. Mas isso não é o papel do diretor. É m filme moldado pelo elenco, o diretor às vezes só atrapalha. Assim, vão sendo formadas as histórias e enredos, até a fita acabar. Daí o espectador critica ou aplaude. Talvez inveje, já que a história não aconteceu com ele. Mas quem sabe um dia...

A Bus Named Fear [2]

E eu ia chegando cada vez mais perto, apesar da dificuldade. Quando somente um banco nos afastava, o ônibus freou e fui jogada com muita força, batendo a cabeça. Tudo apagou. Acordei em frente à minha casa, mais dolorida ainda. Era bem tarde, fiquei pensando na preocupação dos meus pais, mas isso eu conversaria com eles depois. Abri a porta e a casa parecia deserta. Quando estava subindo as escadas, escutei um choro vindo de meu quarto. Fui me aproximando e cheguei na porta. Fiquei dividida entre abrir a porta devagar ou chutá-la de vez. Chutei. E vi minha mãe ajoelhada em minha cama chorando. E na minha cama estava eu, com meus olhos vidrados no teto e a boca aberta, um ser totalmente inanimado. Eu já estava debilitada, e ainda me acontece isso, quase desmaiei de novo. Mas tentei ir até minha mãe. O desespero e a dor tomavam conta de mim. Encostei em minha mãe, que na verdade era o homem desconhecido do ônibus. As coisas aconteciam e eu não entendia nada, corri. Ele veio atrás, mas parecia ter alguma debilitação, já que ia mancando. Quando cheguei na escada, ele estava na porta de meu quarto. Para constatar isso, tive que me virar. Mas continuei correndo. O que me concedeu uma formidável queda pela escada, e me fez desmaiar novamente, o que, de fato, me fez ficar realmente puta com isso, já que é muito exagero desmaiar duas vezes no mesmo dia.

Acordei de súbito. Olhei ao meu redor e constatei que estava no ônibus e quase chegando em casa. Deve ter sido só um sonho, mas qual parte? Desci e entrei em casa. E a única coisa que eu queria fazer era entrar naquele ônibus novamente amanhã para ver se conseguia entender alguma parte dessa história. Não teria ficado tão interessada assim se minha cabeça e meu corpo inteiro não doessem.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Bus Named Fear [1]

Eu realmente odeio andar de ônibus, principalmente por eu ter que fazer isso todo dia. E sozinha ainda. Isso que dá morar onde ninguém mora (e nem ao menos conhece onde fica). Mas ao menos o ônibus vai bem vazio, quase nunca tem alguém. Com isso, aproveito para ler algo e ouvir minha música. E, claro, observar as pessoas. Eu acho as pessoas fascinantes. Você já tentou pensar sobre a vida de cada pessoa que você vê passar na rua? E como essas vidas em algum ponto se interligam? E além do mais, cada pessoa é uma pessoa. Pessoas podem ser entediantes, mas acho que também sempre são interessantes. Irônico ou não, é o que eu, Manuelle, acho. E eu nem sou a pessoa mais coerente do mundo, também não me esforço em ser. Pois então, eu gosto de olhar as pessoas e examiná-las. Não julgá-las. Só tentar descobrir algo de sua personalidade. Mas enfim, eu dei muitas voltas e ainda não falei o que vim falar.
Foi só mais uma volta para casa. E mais outra e mais outra. Todos os dias ele estava lá. Mas eu não via seu rosto, apesar de ter tentado. Ele sempre encontrava algum jeito para não revelar seu rosto. E as roupas eram sempre longas, não importando se o clima estava quente. Do modo que tudo isso despertou em mim uma curiosidade imensa.
Eu tinha vontade de ir conversar com o tal ser. O que eu sabia dele? Que descia depois de mim e que sua pele parecia estranhamente pálida. Algo sem vida. Sem falar no cheiro de podre que ele exalava, algo que fui perceber ao tentar me aproximar. Estava nervosa, mas a curiosidade me consumia de um modo inimaginável. Eu cada vez mais perto, e o ônibus andando.
Eu tinha um assunto super legal pra falar aqui. Nas verdade não era só um, foram muitos outros, mas eu me esqueço né. E esqueci esse também. AI, PERA, lembrei. Com isso, conto novo vindo n_n<3

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Dia Vivo [Final]

Então eu comecei. Pedia a ela um pano, queria tapar-lhe a boca. Ela me ofereceu, então, seu lenço sem estranhar, pareceu até ter gostado da idéia. As coisas pareciam fáceis demais, mas tanto faz. Amordacei-a e comecei tirando-lhe a blusa extravagantemente decotada. Pensei em tapar seus olhos também, mas decidi que a deixaria ver tudo, já que não conseguiria emitir som algum. Tive vontade de saber o nome dela, mas não. Eu estava pensando demais e agindo pouco. Decidi começar e tirei a faca do bolso, abri-a e vi o olhar de espanto de minha vítima, que tentou fugir, mas não obteve sucesso, já que eu a prendia por estar em cima dela e segurando-lhe ambas as mãos. Com a faca pronta, comecei pelo ombro. Nunca havia visto um corte no ombro, ainda mais um corte que iria do ombro ao cotovelo. Então foi o que eu fiz. O rosto dela se contorcia em pânico, assim como o corpo. A sensação é indescritível, é algo celestial. O sangue jorrava e jorrava, talvez ela não agüentasse muito. Para aumentar ainda mais meu estado de prazer, provei de seu sangue. Eu atingira o êxtase, mas precisava cortar mais. Cortei-lhe da omoplata direita até um pouco abaixo do peito. E então a testa. Ela havia parado de se debater, então fiz cortes que lhe iam da virilha ao joelho. Me senti satisfeito. E o que faria com corpo? Tanta faz, vou me matar agora. Ou talvez não. Encontrei o meu motivo para viver, o que me faz sentir realmente vivo. Quero isso de novo, muitas vezes mais.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

May The 6th

Tô muito FAIL hoje para escrever algo. O conto já tem final, mas só na minha mente, hm. Relendo Capitão Cueca e No capítulo 3 de O Cortiço. Preciso voltar com Nárnia, Lolita e Voltaire, mas como Cortiço é pra escola... :~
Talvez esteja voltando a ser indiferente, mas você, mesmo sem saber, não me deixa ser. Ao menos com você. Jazz, sério, mesmo longe, é verdadeiro. E diferente de tudo. Não é um "tempo" que me fez parar de pensar em você, pelo contrário. E eu sinto mais forte.
É difícil ter um relacionamento sério, e quando se tem um, sempre fica uma dúvida. Por mais que queiramos que seja pra sempre, não sabemos o dia que vem. Tudo pode mudar e aí corações se quebram e as pessoas renunciam ao amor. Mas eu acho que o importante é o tempo que você passa com essa pessoa e que seja bom. E vai ser o tempo que eu vou passar contigo.


Vou é me calar, falei demais pra quem não precisa ouvir.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O Dia Vivo [4]

E lá estava a presa. O ser desconhecido que ia saciar minha vontade. Era bela, de fato. Algo estonteantemente exótico exalava de sua aparência. Era ruiva e tinha a inocência estampada em sua face, apesar de ser uma mera prostituta. Sim, acho que era isso que me atraiu, e além do mais, pessoas não dão muito por falta de mulheres da noite. Só querem saber delas quando há o interesse e depois as descartam, são lixo. Algo no qual você goza e nem diz boa noite ou obrigado. Ao menos eu agradecerei, isso se tiver tempo.

Disse a ela que queria foder no bosque ali próximo, não houve oposição. Ela devia estar acostumada com caras possuindo fetiches estranhos, se bem que eu não considero sexo ao ar livre um fetiche. "E como eu a mataria?", você deve pensar. Aí que está, não a matarei. Qual a graça de um corpo sem reação? Eu quero vê-la sentindo a agonizante dor, e me suplicando para que pare. Mas eu não vou parar, até não estar satisfeito, ao menos. Minha arma é uma faca dobrável, ótima para colocar no bolso e que poderia cortar até uma alma. Ela não percebeu, está escuro. Quando perceber, já será tarde demais.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Dia Vivo [3]

Meu desejo não era de ter algo caro convencional. Meu desejo é inestimável. Tantas vezes assistindo filmes e seriados de psicopatas e serial-killers me acenderam uma chama. Qual seria a sensação da pele cortando e o sangue fluindo para fora do corpo? Então, é isso que quero ver. É isso que vou fazer. Só preciso do inocente. Mas quem aqui nesse mundo é inocente? Todos devem alguma coisa. Não que eu seja a pessoa certa para julgar as pessoas, mas eu não ligo. É a minha vida e não me importo muito se deverei pagar algo. Só quero ter meu último, e quem sabe, único, prazer.
Vou sair de meu apartamento agora, está vazio. Decidi ao menos fazer uma boa ação, doei o pouco que tinha. Quanto ao imóvel, não faz diferença já que o prédio está prestes a ser demolido. Parece que todos meus vestígios estão sendo apagados, e assim prefiro.

domingo, 3 de maio de 2009

O Dia Vivo [2]

[antes de continuar, só quero me desculpar pelo título]


Pois bem, para chegar à minha decisão levou algum tempo. É estranho, já que sei que não há mais o que fazer, só que ainda assim me sinto preso a esse vazio. É algo fatal demais escolher deixar tudo para trás e não saber o que virá. Mas também, o que eu estou deixando para trás? Eu diria que deixo a existência medíocre que tive. Não diria que sou covarde. Você acha que não preciso de forças para seguir adiante com essa decisão?
Quanto à escolha de pelo menos aproveitar esse último dia, achei que eu merecia. Sempre essa monotonia me matou, quero viver de verdade uma vez. O que eu vou fazer já não foi tão difícil de escolher. Todo mundo tem algo que deseja, algo que lhes foi vetado. Falando nisso, proibição só gera desejo. E esse desejo se acumula fazendo com que chegue a se tornar uma obsessão. E o que você faz quando se torna obsessivo? Perde tudo. Tudo. E ainda não tem o que queria. Eu tenho uma imensa vontade de rir dessas pessoas, e realmente, eu rio. Elas são ridículas e imaturas, sem noção da vida. Não sou assim, mas tenho desejos que não pude realizar. Só que não me torturei por não tê-los, preferi pensar que os teria algum dia. E é o que eu vou fazer. Ter o que quis.

sábado, 2 de maio de 2009

O Dia Vivo

Sabe quando você sente que todas as chances que você teve na vida foram desperdiçadas e agora não sobrou mais nada? Pois então você deve me entender. Eu tive sorte nessa minha existência que talvez fosse importante para algumas pessoas, mas não tive sorte de ser quem eu sou. O tipo que ia só levando, que não fazia a diferença. Mas que poderia conquistar o universo se estivesse disposto. Você não acredita em mim, deve me achar prepotente e egocêntrico. Mas eu não ligo. Qual a diferença que isso faz pra você? Já para mim, é totalmente plausível. Você nem me conhece, então aceite o que eu digo e quem sabe isso faça diferença pra você.
Agora eu devo apresentar meu nome ao menos. Fernand, exatamente assim. Sem o "O". Prazer em conhecê-lo, desconhecido. Então vamos ao que me interessa, o motivo que me faz escrever. Sou um semi-morto. Não um zumbi, mas quase um cadáver. Minha vida é vazia. Não tenho um motivo razoável para o qual viver. Sem mulher, filhos, amigos ou até família. E isso considerando que eu já tenho uma boa experiência de vida. Talvez até tenha sido essa experiência que tenha me afastado das pessoas. Hoje, é o dia derradeiro. O que eu vou dar tchau para a humanidade. Mas o importante é que hoje sim, eu vou viver. É irônico. Mas eu que decido. Dizem que suicídio manda as pessoas diretamente para o inferno, então eu vou levando uma bagagem extra de pecados pra lá. [continua]




Aham, posso dizer que voltei, leitores inexistentes (: